quinta-feira, 24 de junho de 2010

De lá pra cá


Foto da década de 90, quando entrevistei Luiz Carlos Prestes, poucos meses antes de sua morte, para a Rádio Cidade, meu primeiro emprego de repórter

No início da década de 80 estava vivendo a escolha da profissão. Morava na fazenda, tinha muitas idéias na cabeça e uma vontade louca de desvendar os mistérios da vida urbana. Sem medo nenhum, somente planos, planos. Influenciada pela Elídia, minha amiga e confidente desde os 5 anos (hoje ela é juíza federal, que orgulho!), queria fazer jornalismo. Mas, papai queria para mim Medicina ou Computação. Combinei de tentar as duas e fazer o que fosse aprovada. Passei em jornalismo, claro. Ele não autorizou. Me rebelei e saí para conhecer o mundo, fui morar em Cuiabá, a tórrida capital do Mato Grosso. Naquele período tão quente como sempre, fiquei por lá quase um ano. Passei no vestibular da Universidade Federal de Mato Grosso,a imponente UFMT de Cuiabá, mas trabalhava numa concessionária Honda e meu patrão não permitiu que eu saísse mais cedo para cursar a universidade. Naquele período eu podia exercitar sem medo minha liberdade e determinação e mandei-o catar coquinho. Pedi demissão às 10 horas e ao meio-dia estava num avião voltando para casa. Fui tentar meu jornalismo. Passei. Cursei. Me formei. Casei. Me mudei. No percurso deixei de lado o gosto pela reportagem para ser mãe e virei assessora de imprensa. Nunca mais consegui deixar a função. Todo esse preâmbulo somente para contar que hoje minha filha passa pela mesma indecisão. Prestes a prestar vestibular, ela não sabe o que quer. No momento está no exterior, conhecendo o mundo. Dei a maior força, repito sempre: o mundo é grande, não se atenha ao horizonte, existe algo mais além. E, impossibilitada de alçar meus vôos, por enquanto, vejo-a planar em novos horizontes. Meus amigos, a vida nos reserva aquilo que vamos buscar. E assim seja. Muitas pessoas me questionam sobre porquê não mando para o alto o que me prende, me desmotiva, me desespera muitas vezes. Não mando porque preciso criar meus filhos. É, sozinha. E é assim, sendo realista, corajosa, intempestiva e metida a besta ou seja lá o que for do que quiserem me rotular, que estou criando meus dois maravilhosos filhos. Uma coisa eu garanto: não existe amor maior do que o amor pelos filhos. E um dos poucos que valem a pena. E agora vamos trabalhar porque o mundo é grande, mas time is money. Byeee

Nenhum comentário:

Postar um comentário